VIII OBB/2012- OLIMPÍADA BRASILEIRA DE BIOLOGIA

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Texto complementar - Plantas medicinais

XV- TEXTO COMPLEMENTAR/INTERATIVO

PLANTAS MEDICINAIS: UMA BREVE REFLEXÃO
É o momento do País voltar seus esforços para construir um conhecimento científico baseado em seus valores naturais
André Luis Coelho da Silva
Publicação Original: CBME InFormação Nº 5- Data de publicação original: 01/11/2004
Plantas medicinais são aquelas que possuem em sua composição substâncias químicas – biologicamente sintetizadas a partir de nutrientes, água e luz – que provocam nos organismos de homens e animais reações como a cura ou o abrandamento de doenças.
Isso ocorre pela ação de princípios ativos como alcalóides, glicosídeos, saponinas, etc. A utilização de plantas medicinais para tratamento de doenças é denominada fitoterapia e atualmente há mais de 200 delas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde, OMS, como de real valor terapêutico.
A história da medicina encontra-se intimamente relacionada com o uso de plantas medicinais. Numerosas etapas marcaram a evolução da arte de curar por meio de vegetais, mas é difícil delimitá-las com exatidão. Já no ano 3000 a.C., a China se dedicava ao cultivo de plantas medicinais. A obra do imperador Cho-Chin-Kei, o “Hipócrates chinês”, é o que existe de mais destacado na farmacognosia – parte da farmacologia que trata de substâncias medicinais que não são manipuladas. Nela, por exemplo, a raiz de Ginseng é consagrada como a cura para diversas doenças; são mencionadas ainda as propriedades curativas do ruibarbo, do acônito e da cânfora.
Em épocas posteriores, surgiram vários tratados chineses sobre ervas e plantas medicinais, os chamados Pen-Tsao. Atualmente, a China mantém diversos laboratórios de pesquisa e grupos de cientistas trabalhando exclusivamente para o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos a partir de ervas medicinais da tradição popular.
Está comprovado também que, por volta de 2300 a.C., os egípcios já cultivavam diversas ervas e coletavam em suas expedições tantas outras. Com essas plantas, chegaram a desenvolver purgantes, vermífugos, diuréticos, cosméticos e ervas aromáticas usadas na alimentação. Além disso, grande quantidade de extratos perfumados, anti-sépticos, gomas e diversas matérias de origem vegetal eram utilizadas no embalsamento de múmias.
Atualmente, a utilização de plantas na prevenção e cura de moléstias, condicionada a um processo de experimentação que vem se desenvolvendo desde os tempos mais remotos, ainda continua sendo a base da medicina popular. Em maio de 1978, através de uma resolução da sua XXXI Assembléia Geral, a OMS lançou um programa mundial com a finalidade de avaliar os métodos da medicina popular e utilizar plantas medicinais no tratamento de doenças.
Na verdade, enquanto as ervas se encontram ao alcance de todos, o emprego de medicamentos industrializados apresenta como principal obstáculo o seu alto custo, tanto para o consumidor individual quanto para as entidades previdenciárias. Devido a esse fato, a população de menor poder aquisitivo vem se mostrando cada vez mais interessada em usar plantas medicinais para fins preventivos ou terapêuticos. Dados mais recentes da OMS mostram que cerca de 80% da população mundial faz uso de algum tipo de erva para alívio de sintomas dolorosos ou desagradáveis.
O Brasil tem um enorme potencial no campo da fitoterapia. Sendo assim, é fundamental que a comunidade científica brasileira, assim como profissionais da área da saúde ligados às universidades, atentem para esse potencial, para que se possa lançar mão dele. É o momento do País voltar seus esforços para construir um conhecimento científico baseado em seus valores naturais e adequado às suas necessidades, em vez de ficar atrelado a um modelo exclusivamente internacional. Para tanto, é preciso valorizar, estudar, validar e utilizar terapeuticamente suas espécies vegetais, antes que a comunidade internacional o faça.
André Luis Coelho da Silva é doutorando no Grupo de Biofísica Molecular e Espectroscopia do IFSC

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