VIII OBB/2012- OLIMPÍADA BRASILEIRA DE BIOLOGIA

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Texto complementar - O DNA

XVII- TEXTO COMPLEMENTAR/INTERATIVO
A PROPAGAÇÃO DO DNA

Felipe Moron
Publicação Original: CBME InFormação Nº 12- Data de publicação original: 01/10/2006
Quando uma grande distribuidora de combustíveis anuncia um programa de controle de qualidade, garantindo a pureza de sua gasolina com base em um selo que indica a presença de um certo “DNA” no produto, é preciso ficar atento. Afinal, a presença de moléculas de DNA em uma amostra desse combustível fóssil só poderia indicar uma coisa: sua impureza!
Obviamente, o “DNA” anunciado não é o mesmo que você conhece das aulas de biologia. Trata-se da apropriação de um termo que acabou ganhando um significado de “garantia”, “certeza” e “identidade” – talvez por causa dos alardes da mídia com relação a testes de paternidade – para fins publicitários.
O uso dessa palavra nos meios de comunicação é tão intenso que “DNA” acabou se tornando o nome de uma empresa de propaganda – famosa por seu envolvimento no escândalo do mensalão (injusto destino para uma sigla tão importante à Ciência!).
Pior do que o uso indiscriminado da palavra em anúncios que lhe dão novos significados é a sua utilização para descrever a própria molécula de ácido desoxirribonucléico como o agente de verdadeiras missões impossíveis.
Vamos imaginar uma cena, como aquelas protagonizadas pelo agente secreto interpretado por Tom Cruise (você se lembra da trilha sonora?): uma molécula de DNA vegetal encontra um fio de cabelo e, usando seu formato helicoidal, gira sobre o seu eixo e penetra pela cutícula, a parte mais externa do fio, para hidratar as proteínas capilares.
Isso parece mesmo impossível. Afinal, uma molécula de DNA, seja ela de origem animal ou vegetal, não apresenta nenhuma propriedade especial que contribua com a hidratação de proteínas do cabelo.
Em todo caso, é preciso manter um senso crítico com relação aos discursos publicitários. Em particular, àqueles que usam argumentos científicos para convencer os consumidores das supostas eficácia e segurança dos produtos que querem vender.
Felipe Moron é jornalista e licenciando em Ciências Exatas

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