VIII OBB/2012- OLIMPÍADA BRASILEIRA DE BIOLOGIA

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Texto complementar - Os Feromônios


VIII- TEXTO COMPLEMENTAR/INTERATIVO
ATRAÇÃO FATAL, NA REALIDADE, PODE SER USADA PARA CONTROLAR VIDA DE INSETO
Compostos usados para auxiliar na comunicação entre indivíduos de uma mesma espécie também podem confundir
Felipe Moron
Publicação Original: CBME InFormação Nº 13, de 01/03/2007
É comum encontrar em revistas ou na Internet ofertas de perfumes “a base de feromônios”, que funcionam como verdadeiras armadilhas para atrair o sexo oposto. O problema é que os feromônios, compostos liberados pela maioria dos seres vivos para auxiliar na comunicação entre indivíduos de uma mesma espécie, têm um papel insignificante nas relações sociais humanas (talvez seja hora dos adeptos de cosméticos milagrosos pensarem em outra técnica para “perpetuar a espécie”).
Para os insetos, contudo, essas substâncias são fundamentais. Graças a uma eficiente comunicação para atração sexual, marcação de trilha ou sinalização de alarme, esses animais perpetuam-se muito bem e são considerados os maiores competidores do Homem no que diz respeito à alimentação. Por isso, a utilização de feromônios para controlar as pragas nas plantações é uma alternativa ao uso de agrotóxicos ou de plantas geneticamente modificadas.
Basicamente, há três maneiras de se fazer isso: o monitoramento, que consiste na utilização de feromônios sexuais que atraem os insetos para armadilhas, fornecendo informações sobre o grau de infestação e a necessidade ou não de aplicação de inseticida; a coleta massal, que também usa armadilhas, mas para prender um grande número de indivíduos e impedir sua reprodução; e o confundimento, baseado no espalhamento de feromônio sobre a plantação para desorientar os insetos e impedir seu acasalamento.
Para que essas técnicas funcionem, é fundamental que se realizem estudos envolvendo várias áreas do conhecimento. Arlene G. Corrêa, professora do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos e integrante do CBME, explica as etapas por que passam as pesquisas nessa área: “o trabalho começa com os biólogos observando o comportamento dos insetos, como período de vôo ou tipo de corte para acasalamento. Depois, é preciso capturar alguns deles para fazer a coleta da mistura exalada. O terceiro passo é analisar quais compostos presentes na mistura são importantes. Uma vez isoladas essas substâncias, elas devem ser sintetizadas em grandes quantidades para utilização na agricultura”.
A pesquisadora coordena um grupo que há anos estuda pragas típicas de culturas da região de São Carlos, como a da laranja e a da cana-de-açúcar – esta última, já beneficiada com um composto a base de feromônio, disponível no mercado para a prática do monitoramento e que reduz consideravelmente a quantidade de agrotóxicos aplicados na plantação. Mais recentemente, o grupo da UFSCar voltou suas pesquisas para as pragas florestais, como as que atingem o eucalipto e algumas madeiras de lei (veja quadro ao lado).
Mesmo com as evidentes vantagens ecológicas trazidas pelas técnicas baseadas nos feromônios, sua aplicação ainda não tem muitos adeptos no Brasil. Na Europa, EUA e Japão, ela é bastante comum, principalmente quando se trata de produtos com grande valor agregado, como as frutas.
Arlene explica que o principal motivo da defasagem brasileira é que “não há indústrias químicas no país que façam a síntese desses compostos em grande escala. Como o produto precisa ser importado, seu custo é alto”. Entretanto, esse quadro deve mudar. Até alguns anos atrás, o feromônio era considerado pela legislação brasileira como um pesticida e, para ser liberado comercialmente, precisava obedecer a uma série de normas do Ministério da Agricultura. Essa burocracia não existe mais e a tendência é que surjam novos produtos e aumente seu uso na agricultura.
Ganham os consumidores, que vão encontrar no mercado produtos mais saudáveis. E levar uma vida saudável ainda é, sem dúvida, a melhor opção para quem quer “perpetuar a espécie”..

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