VIII OBB/2012- OLIMPÍADA BRASILEIRA DE BIOLOGIA

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sábado, 2 de abril de 2011

0BB/2012- AS BACTÉRIAS

Estamos acostumados a relacionar a vida com tudo o que conhecemos: com meio ambiente dos animais e plantas que nos rodeiam. Mas, sabemos que existem organismos muito pequenos que não podemos ver a olho nu. São os chamados microrganismos.
Alguns desses pequenos organismos vivem em locais onde nunca imaginaríamos que pudesse existir a vida. Esses organismos são conhecidos por ARCHAEA (a pronuncia é mais ou menos assim: "arquéa").
 Esses organismos vivem em extremos:
de temperatura: alguns desses organismos vivem em temperaturas muito baixas (menor que zero graus) ou muito alta (podendo chegar a 110 oC). Algumas archaeas vivem dentro de VULCÕES!
de sal: alguns deles vivem em áreas com muito sal. Essa quantidade de sal normalmente desidrata um organismo vivo, podendo até matá-lo. Mas, algumas archaeas sobrevivem a esse extremo.
de acidez: outras archaeas vivem em lugares extremamente ácidos (como o estômago de boi, por exemplo) e outras, em depósitos de petróleo!
As archaeas são organismos minúsculos, com menos que um micromêtro (um milésimo de milímetro) de tamanho e só podem ser vistos com o auxílio de um microscópio. São normalmente formadas por uma única célula mas não apresentam uma forma que facilite reconhecê-las como no caso dos animais que conhecemos - afinal, é fácil reconhecer um tigre, uma zebra e, até mesmo, um homem! 
Você deve imaginar que organismos tão pequenos não teriam grande variedade de formas, mas na verdade as formas das archaeas são bastante diversas. Algumas são esféricas, uma forma conhecida como coccus, e podem ser perfeitamente redondas ou em forma de lóbulos.  Algumas possuem formas de bastão, uma forma conhecida como bacillus, e variam de pequenas barras arredondadas até formas mais longas, parecidas com fios de cabelo! Também foram descobertas espécies estranhas  triangulares,  ou ainda quadradas parecidas com um selo postal!
As fotos abaixo mostram archaeas em forma de coccus e de bacilo:
Methanococcus janaschii, com vários flagelos de um lado (parecem cabelo)
Methanosarcina barkeri, também de forma esférica, sem flagelos
Methanothermus fervidus, um pequeno bacilo
Methanobacterium thermoautotrophicum, outro bacilo, parecido com cabelo
As imagens de Methanobacterium e de Methanosarcina são do Departamento de Microbiologia da Universidade de Nijmegen na Holanda. As imagens de Methanococcus e de Methanothermus são do Dr. Karl O. Stetter da Universidade de Regensberg, Alemanha. Essas fotos são encontradas em diversos sites sobre Archaea mas foram copiadas do site da Universidade de Berkeley nos Estados Unidos..
 As Archaeas foram descobertas na década de 70 , pelo Dr. Carl Woese e seus colaboradores da Universidade de Illinois. No início, esses organismos foram classificados como bactérias que viviam em temperaturas elevadas ou produziam metano, mas devido às diferenças genéticas entre elas e as bactérias verdadeiras, foram agrupadas em um novo grupo chamado de Domínio Archaea.
 É verdade que a aparência desses microrganismos não é tão diferente assim das bactérias, no entanto bioquimicamente e geneticamente eles são tão diferentes das bactérias quanto você é.  
 As archaeas ainda podem possuir apêndices chamados flagelos, que são estruturas em forma de cabelo usadas para a locomoção que ficam ligadas à  parte externa da célula.
Alguns dos organismos que vivem nos ambientes mais extremos do planeta são archaeas. Elas podem habitar desde ambientes muito quentes, como vulcões até ambientes gelados, como as geleiras da Antártida !
Algumas vivem próximos à fontes quentes no fundo do mar em temperaturas muito acima de 100 °C! Outras vivem em gêiseres, ou em águas extremamente alcalinas ou ácidas.
Esses pequenos organismos ainda foram achados dentro do trato digestivo de alguns animais, onde produzem metano. Os organismos produtores de metano são chamados metanogênicos e o ato de produzir metano é chamado metanogênese. Os organismos metanogênicos são os membros mais comuns e dispersos das archaeas, sendo encontrados em sedimentos anóxicos (ambiente onde não há oxigênio), pântanos, lagos, alagados, campos de cultivo de arroz, depósitos de lixo, esgoto, no intestino de cavalos,  coelhos, cachorros, vacas  e humanos; e no trato digestivo de insetos como cupins e baratas.  
Alguns vivem no fundo do oceano, dentro de organismos marinhos e até podem habitar depósitos de petróleo no subsolo.
Elas ainda podem habitar ambientes criados pelo homem como os efluentes de usinas geotérmicas.
Algumas archaeas podem sobreviver aos efeitos de águas com elevadas concentrações de sal, que podem causar desidratação em outros organismos. As salinas, onde é o sal solar  é produzido,  é um exemplo desse tipo de ambiente.
As archaeas podem ser os únicos organismos vivendo em habitats extremos como fontes termais ou águas hipersalinas sendo abundantes em ambientes que são prejudiciais às outras formas de vida. No entanto, elas não estão restritas a esses ambientes extremos, pesquisas recentes têm demonstrado que as archaeas também podem viver em mar aberto, junto com o plâncton (organismos minúsculos que servem de alimento a outros animais marinhos).
Depois que as Archaeas foram descobertas, começaram a surgir especulações sobre a vida em outro planeta! Afinal, só se buscava vida como o nossa mas os outros planetas do Sistema Solar são tão diferentes que seria impossível alguém como você sobreviver nesses planetas, não é mesmo? Mas, se a vida não for igual à de nosso planeta... até pode existir!
A bióloga Mariana Gama D'Andrea contribuiu com textos para esta página (são os textos em azul mais claro).

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